quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Grog - Scooping The Cranial Insides

Os Grog já não são novidade para ninguém, pelo menos aqui no Blog, e já dispensam de qualquer tipo de apresentações. 10 anos depois do clássico “Odes To The Carnivorous” os Grog lançam “Scooping The Cranial Insides”, que é nada mais, nada menos, um dos melhores lançamentos de sempre no panorama mais extremo da música em Portugal, com edição a cargo da holandesa Murder Records e com distribuição por todo o mundo por diversas editoras/distribuidoras internacionais, já muito bem conceituadas no que toca ao Brutal Death e Grindcore. Destaque especial para o artwork do trabalho, extremamente sugestivo e repugnante! Mais uma vez explorando o lado mais negro e macabro do ser humano os Grog lançam um registo tão bom, que duvido que algo melhor no género tenho sido lançado em Portugal até hoje. Com uma qualidade fantástica, difícil de encontrar (até internacionalmente) dentro do género actualmente.

Como o Pedro Pedra disse na entrevista, os Grog deram um passo enorme face a todos os lançamentos efectuados anteriormente, a todos os níveis! Pessoalmente, estava à espera de um Grindcore intenso e brutal como o do Split CD com os PussyVibes e Roadside Burial, mas damos de caras um Brutal Death Grind de outro mundo, explosivo, nunca antes visto em terras lusas, como os próprios Grog afirmaram antes do lançamento do álbum! Brutalidade e caos, faixas completamente avassaladoras e com um poder enorme, é inexplicável, é como se fossemos atropelados por um camião, não há explicação, é um dos trabalhos mais insanos e obscuros de sempre: os guturais poderosíssimos do Pedra, os convidados especiais, as linhas do baixo do Alex, o baterista Rolando que é uma máquina, e os solos e riffs do Ivo funcionam numa sintonia perfeita (por vezes hipnótica) sem um elemento se destacar mais que outro, está tudo equilibrado, como uma autêntica orquestra, neste caso extrema.

O álbum inicia-se com uma introdução que é uma espécie de haka neo-zelandesa intitulada “Toia Mai (Haka Powhiri)”, bastante bem escolhida para este álbum, é bom inovar nas introudoções (normalmente é sempre alguém a morrer ou uma fala qualquer) . Logo a seguir, infelizmente, temos a faixa “Beyond The Freakish Scene”, que é na minha opinião uma das das faixas mais monótonas e enjoativas do álbum, apesar da brutalidade e violência, quem diz essa diz também “Acephalus Meatgrind Orgy Hibernation”, mas são as únicas. Destaque logo a seguir para “Split 3 To Share” com destaque especial para aqueles “gritos” de macacos, “Sphincterized (Materialized In Shit)” e a já famosíssima “Hanged By The Cojones”, com guitarras extremamente cativantes e poderosas, com grandes riffs cheios de tecnicismo (principalmente na primeira referida).

Para quem se tinha encantado com os temas da compilação lançada no ano passado, pode esquece-los completamente. Agora com uma produção “a sério” estas faixas são autênticos hinos de destruição sonora, desde a fantástica “Stream Of Psychopathic Devourment” à “Re-Reborn Monstrosity”, passando pelo orgásmica “Anal Core”, que num curto espaço de tempo se tornaram nas melhores faixas que os Grog compuseram até hoje. Realce especial para “Sicko” que é uma dos temas mais conseguidos, aquele rufo da bateria e o riff inicial são espectaculares, e claro, não nos podemos esquecer dos guturais dementes do Pedra, agora ainda mais coesos e variados. Destaque “10 Cummandments” e também para a faixa escondida, bastante diferente das anteriores, bastante agressiva e com algumas influências Punk que conta com vários convidados especiais entre os quais Sofia Silva e Mosgo (Simbiose), parece que se intitula de “Eskeletos De Kona” e fecha o álbum da melhor forma.

Há álbuns que pela sua dinâmica, qualidade e musicalidade marcam géneros musicais e países, “Scooping The Cranial Insides” é um deles. Os Grog têm de tudo para ser uma das melhores bandas de Grindcore do mundo, pelo menos em estúdio já mostraram isso… Contudo, são portugueses, o que não lhes é muito favorável para as “andanças” lá fora, ainda por cima sendo uma banda do subgénero mais extremo da música extrema. Veremos o que o futuro lhes trará, estou certo que será bastante risonho.

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